Se você é descendente de italiano e mora no sul do Brasil, provavelmente já tomou uma taça de vinho colonial. Eles são aqueles vinhos que você encontra facilmente em mercados menores. O vinho colonial é o que muitas pessoas conhecem como “vinho de mesa”. Vinho Tinto de Mesa Seco, Vinho Tinto de Mesa Suave, Vinho Branco de Mesa Seco ou Vinho Branco de Mesa Suave.
Qual a diferença entre os vinhos?
O vinho colonial leva pouco tempo para ser produzido, não tem taninos e são feitos de uvas de menor qualidade para a vinificação. São geralmente uvas Lambrusco ou Americanas, essas uvas de sobremesa, que você encontra no mercado para serem consumidas como fruta. Por isso o vinho tem um cheiro tão parecido com elas. Os tintos normalmente são feitos de uva Bordô, Rubi ou Itália, os brancos, de uva Niágara. Mas qualquer uva pode virar vinho.
Alguns tipos de uvas de mesa:
A grande diferença desses vinhos é o tipo de uva. Vinhos finos vem de uvas como a Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec, que são uvas da espécie Vitis vinífera, enquanto o vinho colonial é feito da espécie Vitis americanas. A primeira é original da Europa, isso explica a cultura de vinhos Francesa ser tão forte. A segunda tem origem no continente americano.
Harmoniza o vinho colonial?
Embora o mercado gastronômico ignore totalmente o vinho colonial, ele pode ser harmonizado como você quiser ou conseguir. Se você conversar com um descendente italiano aqui do sul e perguntar se um vinho colonial vai bem com polenta e galinha ensopada, ele com certeza vai dizer que sim. E a gente concorda.
Não é chique tomar o vinho colonial?
Nada tem a ver com finesse. O Vinho Colonial, de fato, é o modo como muita gente entra para o mundo dos vinhos finos. Atualmente ele corresponde ainda por quase 70% do mercado nacional, embora esteja perdendo espaço para os vinhos finos a cada ano, resultado de uma intensa educação do mercado para o consumo de vinhos finos.
Seco ou Suave?
O vinho colonial tem bastante espaço no mercado por ter essa característica. Ele pode ser encontrado tanto seco quanto doce, e para os iniciantes com paladar mais sensível aos vinhos finos, o vinho doce é uma ótima alternativa. Mulheres tendem a gostar do tinto suave exatamente por ser doce. Ou seja, os coloniais levam o mérito de introduzir o consumidor aos vinhos finos. Não despreze-os!
21 Comentários. Deixe novo
Particularmente, gosto do vinho tinto seco ou meio seco.
Com toda sinceridade, alguém pode responder às minhas perguntas?
Pergunto:
1 – Qual tipo de vinho não é saudável?
2 – Como posso saber se um vinho é puro?
Aguardo retorno.
Obgdo.
Perguntas difíceis. Eu ficaria longe dos vinhos coloniais doces. A maioria recebe açúcar refinado pra alcançar aquela doçura. Quanto mais seco, mais saudável. E o segredo está na frequência do consumo. Acredito eu. Tem algumas postagens bem legais que você pode buscar aqui no blog sobre saude, benefícios, etc., dos vinhos.
Marcos Marcon
Editor
Vem da Uva
Eu sempre acreditei que o que caracterizava o vinho como colonial fosse a ausência de conservantes. Estou errado?
Hoje há vinhos finos com zero conservantes. O vinho colonial é definido pela variedade de uva utilizada na produção, sendo geralmente Vitis Labrusca (Americanas), e não da família Vitis Vinífera (Européia). É a principal diferença, mas há outras, claro, mas de forma geral, é o fator principal…
Marcos
O sr. Carlos Cabral, diz que “o melhor vinho do mundo é aquele que gostamos”.
Partindo desse principio não me atrelo a vinhos finos ou não,a mim,o que importa é o vinho em si,ao momento e ao ambiente onde ele está sendo consumido, incluiria também as companhias.
Ja tive muitas experiencias que transformaram um vinho de primeira em vinho de quinta categoria, e também muitas, que transformaram um vinho de quinta num vinho de primeira categoria.
Costumo dizer que o quarto elemento no vinho é a companhia! rs. (tanino, acidez, álcool e companhia, os quatro precisam estar bem equilibrados). Mas de fato, o melhor vinho é aquele que você gosta. O que não dá pra debater é que quanto mais você mergulha no conhecimento ao redor do vinho, mais você vai avançando na descobertas de novas experiências, novos gostos adquiridos. Certa vez ouvi “no vinho e na experiência de consumí-lo, não há “retroceder”, você inicia uma busca sem fim por melhor e melhores experiências. É aqui que o “melhor” fica subjetivo, ou não! O problema é que nós associamos muito o “melhor” com o “mais caro”, este é o erro capital. Literalmente capital. rs.
Marcos.
Olá
Gostei da abordagem do vinho colonial. Gostaria de ter dicas de produtores privados desse vinho, para contato pessoal, se possível.
Boa tarde, de onde você é? Somos produtores de vinho colonial na cidade Palmeira e temos entregas em Curitiba -PR.
Att.
Vinhos Rochinski
Olha aí que coisa boa, já encontrasse um, Ivo! 🙂
Acabei de. provar um vinho bordô seco, gostei muito mas costumo tomar vinhos finos, tudo depende da gualidade do produto.
Quando eu bebia vinhos de mesa, meus favoritos eram bordô seco também. Acho que a gente já tava no caminho, Marcus. rs.
Marcos Marcon
Editor
A qui no sul nós fabricamos vinho puro temes plantação de uvas eles são italianos vinho sem conservantes puro mesmo muito bom
Boa tarde Mari
Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Eu comecei provando vinhos finos pra depois descobrir que Niagara é minha uva favorita. Não, os coloniais não desaparecerão e não estão diminuindo. Respeitem os diferentes gostos. (Associar mulher a bebida doce também é outra groselha que li aqui…). Os europeus não gostaram que os americanos produzissem vinhos com suas próprias uvas, mais resistentes e fáceis de cultivar. É essa a única razão do descarte pra esse tipo de vinho, que pode se tornar refinado conforme a vontade do enólogo produtor, tal como com as outras uvas.
Os vinhos coloniais, realmente puros, são muito, mas muito bons, quando produzidos com muito cuidado, com respeito ao seu tempo natural de fermentação, embalagem e critérios de higiene. Na minha opinião, e respeitando as divergentes, muitas pessoas sentem-se constrangidas por beber esses vinhos, com os critérios acima citados, por uma questão de imaginarem-se menos importantes ao beber, ou servir, esse tipo de vinho. Claro que, comercialmente, os populares “vinhos de garrafões” são, geralmente, de baixissíma qualidade, porém, quando bebemos um vinho com os critérios citados acima, saboreamos o incrível sabor e aroma das uvas com as quais foram produzidas.
De fato, Roberto. Quando os coloniais são bem feitos, tem a quem agrade. Muitos dos vinhos vendidos no Brasil ainda são vinhos coloniais, ainda há um publico muito fiel a este tipo de vinho.
A anos bebo vinho, e ate hoje gosto mais dos coloniais, questão de gosto mesmo
Sempre digo que o melhor vinho é aquele que agrada ao paladar de qualquer um! Vinha ao vinho e sua pluralidade!
Uma coisa posso garantir: depois de provar os vinhos finos, nunca mais voltaremos a baber os coloniais.
Realmente, eu acho que muito se dá pelo fato de que os finos trazem um mundo todo novo, né? Como por exemplo as infinitas possibilidades de harmonização que aparecem, coisa que o colonial não tem, não desmerecendo, claro. Cada paladar é único…
Verdade Marcos, cada vinho que se prova pela primeira vez traz algo novo ao paladar e se harmonizarmos com os pratos então…fica divino!