Vinho suave tem açúcar? Sim. Já partiremos desse ponto para saber um pouco mais da diferença entre o vinho suave e o vinho seco. Desde que iniciamos as postagens aqui no blog, uma das perguntas que mais ouço, é sobre o famoso vinho suave. Os “vinhos de garrafão”. Eles são extremamente famosos, muita gente ainda…
Vinho suave tem açúcar? Sim. Já partiremos desse ponto para saber um pouco mais da diferença entre o vinho suave e o vinho seco.
Desde que iniciamos as postagens aqui no blog, uma das perguntas que mais ouço, é sobre o famoso vinho suave. Os “vinhos de garrafão”. Eles são extremamente famosos, muita gente ainda os toma, e respondem por 90% da fabricação de vinhos do Brasil. Sejam secos ou suaves, esses vinhos simplistas ainda agradam boa parte do consumidor brasileiro.
Nós fizemos uma postagem explicando melhor a diferença entre o vinho fino e o vinho de mesa, e a diferença entre o vinho colonial e o vinho fino. Talvez você tenha interesse.
Vamos nos ater a diferença entre o vinho suave e o vinho seco
Esta é uma questão popular entre os iniciantes e curiosos no mundo do vinho. Qual a diferença, e como se faz o vinho suave?
Primeiro, temos que entender o processo de transformação de açúcar em álcool. Para exemplificar, tomaremos como exemplo a cachaça.
Para você entender de forma fácil, a cachaça vem da produção da cana de açúcar. Nada mais é, do que a fermentação do açúcar até virar álcool.
Por um processo químico chamado de fermentação, todo açúcar tem potencial de virar álcool. É assim que o vinho é feito. A uva atinge uma maturação definida (ou seja, uma quantidade de açúcar), e então é colhida e entra para o processo de fermentação.
A adição de açúcar no vinho suave
Aqui a mágica começa, e é onde você precisa prestar atenção para entender a diferença entre o vinho de mesa suave e o vinho de mesa seco.
Quase todo o açúcar presente na uva vai virar álcool. Ou seja, em quase 100% dos casos, todo vinho, naturalmente, é seco. No Vinho de Mesa Suave, após o processo de fermentação, há adição de açúcar ao vinho, depois que ele fica pronto. Simples assim.
Para ficar suave, o vinho recebe açúcar. Exatamente como você já deve ter feito com aquele vinho seco que o seu avô serviu quando você ainda era adolescente. Se você nunca o fez, provavelmente conhece alguém que já fez.
Em tese, colocar uma colher de açúcar no vinho seco, o torna um vinho “suave”. Ou seja, no fundo, o vinho suave é vinho adoçado com açúcar.
Existem exceções?
Pode ser que sim, mas elas são raríssimas atualmente, ou quase nulas. Em alguns casos, a uva pode ter uma maturação tão alta, ou seja, uma quantidade de açúcar tão alta, que parte se tornará álcool, e parte continuará açúcar (chamado de açúcar residual).
Nestes casos, teremos um Vinho de Mesa Suave, sem adição de açúcar. Tal fato é raro de acontecer, pois conseguir alcançar uma maturação com nível de açúcar alto é tarefa difícil.
A uva atinge um nível de maturação pleno antes de iniciar o processo de apodrecimento, porém, nem sempre esta maturação plena é suficiente para ter o açúcar necessário para formar um vinho suave “naturalmente”.
Além disso, para o produtor, vale a pena colher as uvas antes de deixá-la muito madura, afinal, quanto mais tempo no vinhedo, mais riscos de perder a produção com fenômenos naturais, como granizo ou chuvas fortes.
Os vinhos finos chamados de sobremesa ou licorosos passam por processo parecido. São extremamente doce e não tem adição de açúcar. O famoso vinho do Porto é um desses casos.
Você já bebeu um vinho de garrafão?
Este é um vinho de mesa – ou vinho colonial. Aos que bebem vinho fino, o Sangue de Boi pode aparecer em conversas, invariavelmente, em tom de piada. Mas ele é um dos grandes precursores do vinho no país. O rótulo começou a ser vendido pela Cooperativa Aurora ainda em 1950, ficando popular em sua versão de 5 litros.
No final dos anos 1890, o garrafão de vinho de 5 litros tinha virado uma realidade e item obrigatório na mesa de todas as famílias de origem italiana no sul do país, tornando o consumo do vinho no Brasil, algo popular.
A uva utilizada era uma cruza entre a Vitis Labrusca e a Vitis Vinífera. A variedade era chamada de Isabel. Foi criada nos EUA ainda em 1800. Dava uma boa qualidade, resistência, e principalmente, produtividade. Este é um vinho que ficou famoso com adição de açúcar.
Os vinhos coloniais ou de mesa são, em sua maioria, açucarados. E sim, tem adição de açúcar. Por isso, se você estiver procurando um vinho pelas suas características saudáveis e benefício a saúde, fique longe dos vinhos suaves.
Ficou com dúvidas? Pode falar aí embaixo, nos comentários!
ATUALIZAÇÃO:
A leitora Maiane Moura encontrou pra gente um vinho português que diz ser suave. Levemente adocicado, apenas com açúcar da própria uva. Encontramos aqui por R$ 22 reais a garrafa. Ótimo valor! Feito das uvas Aragonez, Castelão e Trincadeira.